Ex-expedicionários do 20º Batalhão de Suez são homenageados

por liceopiovesan — última modificação 16/10/2020 20h00
03/09/2014 – Ex-expedicionários do 20º Batalhão de Suez, que vivenciaram a Guerra dos Seis Dias no Egito, foram homenageados na sessão desta quarta-feira, 3. O autor do requerimento, Gilberto Koch – Betinho (PT), destacou que, hoje, eles lutam para ser reconhecidos no Brasil como ex-combatentes de guerra, assim como os participantes brasileiros da Segunda Guerra Mundial. Em 1988, as forças de paz das Nações Unidas, das quais o Batalhão de Suez fez parte, recebeu o Prêmio Nobel da Paz.
Brasileiros sob fogo cruzado

Juarez Corrêa Simões, conselheiro da Associação Brasileira de Integrantes do Batalhão Suez, agradeceu a homenagem em nome dos pracinhas hamburguenses. Ele contou um pouco da história da missão, que começou em 1957 e terminou dez anos depois, com a Guerra dos Seis Dias. “Sob o fogo cruzado, tivemos vários brasileiros feridos e uma baixa. E não estávamos em missão de guerra, mas de paz”, frisa. Antes da eclosão do conflito armado, os integrantes da missão de paz vindos de outros países já haviam sido retirados do local – apenas os brasileiros ficaram, apesar dos pedidos para que pudessem retornar. “Na época, o Brasil vivia a Ditadura Militar, e fomos obrigados a silenciar sobre o que aconteceu.” Wilton Melo Garcia também usou a tribuna e salientou o fato de o Brasil não responder aos clamores dos integrantes do 20º Batalhão, que acabaram ficando entre o fogo cruzado em 1967. “Podemos viver 300 anos e nunca vamos conseguir esquecer o que vimos lá.”

Falas dos vereadores

Segundo Professor Issur Koch (PP), a vida militar ajuda muito no crescimento dos soldados. Gerson Peteffi (PSDB) frisou que jovens brasileiros foram enviados ao Oriente Médio com o objetivo de manter a paz, não de fazer guerra. “O Brasil foi um dos países a participar da missão, que durou 10 anos”, disse, lamentando a ausência do tema nos livros didáticos. Ricardo Ritter – Ica (PDT) ponderou que a missão deve ter sido bastante difícil, pois o local é marcado por constantes conflitos. “É importante reconhecer quem trabalha em prol da paz no mundo.”

Luiz Fernando Farias (PT) contou que, quando entrou na Brigada Militar, muito se falava no Batalhão de Suez. “A história não pode ser esquecida. Os senhores foram e sempre serão um exemplo a ser seguido.” Raul Cassel (PMDB) disse não ter o conhecimento de que tantos cidadãos de Novo Hamburgo haviam sido parte desse batalhão e pediu que os ex-combatentes levem sua experiência às escolas.

Após as falas dos vereadores, Betinho entregou uma placa comemorativa a Juarez Corrêa Simões, conselheiro da Associação Brasileira de Integrantes do Batalhão Suez. No telão, foi apresentado um vídeo feito pelo setor de Comunicação da Casa sobre os ex-combatentes.