Enfermeiros falam sobre a importância da sua profissão
Enfermeiro Vilmar lembrou que Besson é um dos profissionais mais antigos do Hospital Municipal, e perguntou a ele quantos enfermeiros e técnicos trabalham na rede pública de Novo Hamburgo – e o que marca esse trabalho. Besson disse que acompanhar diariamente a morte é algo que todos os enfermeiros enfrentam. “Por isso, o melhor salário é encontrar um paciente recuperado.” E, segundo ele, há cerca de 400 profissionais da área na Fundação de Saúde.
Gilberto Koch (PT) pediu que Besson falasse sobre o programa SUS em Casa. “A ideia principal é fazer com que o paciente seja atendido na própria casa. Isso diminui o custo, reduz o risco de infecção, e ajuda a preparar o familiar para ser o cuidador”, respondeu o enfermeiro. “Não estou falando que vamos abolir o hospital. Mas alguns tratamentos podem ser feitos em casa.” Hoje, frisou, há mais de 30 pacientes internados em casa através do programa. “Estamos tentando aumentar a equipe.”
Inspetor Luz (PMDB) perguntou qual o percentual da demanda de cuidados em casa que o Município consegue atingir. “Atendemos somente a demanda interna do hospital” , disse Besson, destacando que sua proposta é agregar postos de saúde e outros programas.
Sergio Hanich (PMDB) elogiou a atuação de Besson, e frisou a importância do apoio do poder público para que a categoria possa fazer bem o seu trabalho. “Tenho duas perguntas: quantos anestesista temos em Novo Hamburgo e como está o salário de vocês?”, finalizou o vereador. Besson disse não saber informações sobre os anestesistas. “Em relação ao salário, honestamente, acho que é baixo. E é com essa bandeira que venho aqui – melhor não só o salário, mas as condições de trabalho em geral.” Enfermeiro Vilmar acrescentou que uma das lutas da categoria é padronizar o salário dos profissionais no Brasil.
Jorge Tatsch (PPS) relatou que, muitas vezes, os pacientes são maltratados nos postos de saúde. “Espero que quem faz isso possa se espelhar em vocês. Besson concordou que é preciso trabalhar muito mais na área do acolhimento. “Há a técnica, mas temos que reforçar a parte humanitária.”
O técnico Fábio Cabral também destacou que é o enfermeiro quem fica diretamente com os pacientes. Ele afirmou que o 12 de maio – Dia da Enfermagem – marca a data de nascimento de Florence Nightingale (1820 - 1910), considerada a primeira pessoa a se dedicar a essa profissão. “No Brasil, temos a pioneira Ana Neri.” Cabral também afirmou que os salários são muito baixos.
Enfermeiro Vilmar contou que foi colega de Cabral no Samu, e pediu que ele falasse um pouco sobre o trabalho na área da urgência. “O sentimento que temos é o mesmo de quando nasce ou morre alguém da nossa família. Quando o paciente tem uma melhora, é uma felicidade muito grande.”
Raul Cassel (PMDB), que é médico da rede pública, lembrou das dificuldades enfrentadas pelo profissional da saúde, desde agressões até contágios. “Para mim, o enfermeiro é o sentinela do paciente. É que percebe os primeiros sinais e os repassa à equipe médica, e quem muitas vezes contornas desentendimentos dentro do hospital.”
Issiur Koch (PP) contou que sua mulher é enfermeira – mesma profissão de sua avó. Ele disse que o trabalho deste profissional deixa marcas nos familiares mesmo quando o paciente não resiste.