Comissões lutam por pagamento de horas-extras para brigadianos
Fixinha comprometeu-se a liberar junto ao Comando Geral da Brigada Militar a suplementação de horas extras solicitadas por Rieger para que a atuação da BM seja multiplicada. “Precisamos da autorização do Estado para fazer isso. Os policiais também querem trabalhar para ganhar um pouco mais”, disse ele, acrescentando que pediu, inclusive, a cedência de homens dos setores administrativos para ajudar a cobrir a alta demanda de crimes. Ele afirmou que o policiamento ostensivo não é a solução definitiva para o fim da criminalidade. “Sabemos da realidade dos comerciantes e nós prendemos inúmeras vezes o assaltante. Mas ele é solto. Os legisladores precisam fazer leis mais rígidas e punitivas. A coisa não está boa porque o sistema de segurança não está bom. Furto não dava mais cadeia. Agora, roubo (a mão armada) não dá mais cadeia. Não temos lugar para colocar tanta gente. Falam em construir novos presídios, mas ninguém quer perto da sua casa”, apontou.
A demanda da comunidade
Os comerciantes estão receosos que a criminalidade aumente ainda mais em dezembro, já que é época de liberação de décimo terceiro e o movimento fica maior em função dos festejos de final de ano. Joeci Rocha, representante de uma operadora de celular, falou que seria necessário uma força tarefa. Já Cláudio Wecker ressaltou que os cidadãos pagam imposto o ano todo, por isso precisam de segurança o ano todo e não somente no Natal.
Márcia Lia Furini gerente de um estabelecimento de Canudos destacou que todos os vizinhos foram assaltados. “Somente na semana passada, foram oito. Todo dia, um comerciante nos liga para avisar que foi assaltado, para nós nos cuidarmos. Funcionários estão desistindo de trabalhar conosco e, com medo, não querem mais abrir as lojas aos domingos.”
Francisco Simon que também tem comércio em Canudos ressaltou que os bandidos têm arma e eles não. Joeci Rocha acrescentou que os bandidos debocham deles.
José Luís Possemai, gerente de um banco no bairro, falou que é difícil sair até para fazer uma caminhada. “Vivemos escondidos, com medo, inclusive, de sequestros. Nós estamos presos e os ladrões soltos”, afirmou.
O tenente coronel concordou que a demanda é alta. “80% são aventureiros e trabalhar com esse tipo de bandido é pior ainda”, ressaltou.
Leis mais rígidas e policiamento ostensivo
Rieger também argumentou que os programas de reinserção social não estão funcionando como deveriam. “Os bandidos precisam cumprir as penas, as quais foram condenados.” Além disso, o ostensivo do Município está defasado. Segundo ele, a BM precisaria que o contingente fosse dobrado para atender a população. Ele disse que após a formatura dos novos policiais, 37 já pediram para ser transferidos para outras cidades somente neste ano, em razão do risco que é trabalhar em Novo Hamburgo. Além disso, com a Operação Golfinho, cerca de 20 policiais serão deslocados para o litoral.
O Comandante contou que só em Canudos foram feitas 700 prisões das 2.300 realizadas em Novo Hamburgo. “Nem todas são em flagrante, porque é necessário um trabalho de investigação, feito pela Polícia Civil, e que demora, às vezes, uma semana, um mês”, explicou. Rieger disse que o 3º BPM está com esforço máximo e destacou a importância do trabalho de orientação realizado com a comunidade. Mas que cabe a ela cobrar de todos os envolvidos, não somente da Brigada Militar.
Fixinha sugeriu fazer outra audiência com representantes do Ministério Público, Judiciário, Polícia Civil e Guarda Municipal. “Devemos todos trabalhar juntos, porque não dá mais para aceitar esses crimes”.
Todos os presentes concordaram que é imprescindível mudar a legislação para garantir mais segurança aos cidadãos.
Câmeras de segurança
Serjão marcou para amanhã, 3, às 10h, uma reunião com o secretário Municipal de Segurança e Mobilidade Urbana, Danilo de Oliveira, na sede da Guarda Municipal. O objetivo é verificar o funcionamento das câmeras de segurança. Segundo os moradores, a última informação que têm é que algumas estavam estragadas. O tenente coronel do 3º BPM destacou que o monitoramento é de competência do Município e que não há nenhum convênio com o Estado e com a BM. “Mesmo assim, desloco um policial para ajudar e ele está em contato direto conosco.” Fixinha destacou a importância desta ferramenta para ajudar a diminuir a criminalidade. Rieger apontou que seria necessário uma modernização desse sistema, como já ocorre em outras cidades gaúchas. Sergio Hanich irá debater a alta criminalidade com representantes da Guarda Municipal para identificar como a instituição pode auxiliar a BM.
Falta de pessoal na 3ª DP
Serjão destacou a falta de pessoal na 3ª DP de Canudos. “Como não há funcionários suficientes, a comunidade é obrigada a fazer o Boletim de Ocorrência (BO) na delegacia do Centro, que fica lotada. O cidadão perde tempo e o policial que poderia estar nas ruas, perde horas com a burocracia.”
Policiamento Comunitário
Issur Koch perguntou se a implantação da polícia comunitária melhora o cenário de violência em Novo Hamburgo. Krieger disse que vai ajudar sim. “Os núcleos começam a ser implantados semana que vem e a ideia é que também possam entrar em Canudos. Estamos em uma fase de construção, mas acredito que ter um policial morando no bairro, com uma viatura à sua disposição, vai nos auxiliar”.” O tenente coronel destacou que a implantação da Polícia Comunitária é mais eficaz do que a construção de postos para a BM. “Essa estrutura física não nos interessa, é um sistema que já não tem mais validade”, explicou.