Câmara ouve reivindicações de moradores do bairro Canudos

por mairakiefer — última modificação 16/10/2020 19h59
05/04/2012 - Mais médicos nos postos de saúde e na Unidade de Pronto Atendimento de Canudos, uma linha de ônibus que ligue a Marisol ao Hospital Regina, no bairro Hamburgo Velho, e uma quadra de esportes para atender os jovens da Vila Getúlio Vargas: essas são as principais reivindicações dos participantes de sessão comunitária, realizada nesta quarta, dia 4.

O encontro ocorreu na Escola Municipal Tancredo Neves. Compareceram o presidente do Legislativo, Gilberto Koch – Betinho (PT), e os vereadores Volnei Campagnoni (PCdoB), Alex Rönnau (PT), Sergio Hanich – Serjão (PMDB) e Jesus Maciel (PTB). A atividade foi organizada pelo líder comunitário Pedrinho de Oliveira, suplente de vereador pelo PDT. Os apelos dos moradores foram registrados em ata e serão, no prazo máximo de 15 dias, lidos, discutidos e votados no Expediente de sessão ordinária. Betinho destacou que a comunidade não vai ficar sem resposta e que todos as reivindicações serão repassadas ao Poder Executivo.

Na abertura da atividade, a diretora da instituição de ensino, Geane Schuch Martins, destacou a importância da sessão itinerante. “É um marco para a nossa escola, que vai completar em agosto 25 anos de história”, concluiu.

Reivindicações

Pedrinho Oliveira lamentou a ausência de muitos moradores: “Quem não participa não pode reclamar dos governantes. Os que estão aqui estão de parabéns”. Em seu pronunciamento, agradeceu a resposta da administração municipal ao apelo pela substituição de um médico da Vila Iguaçu. “Queremos um médico que não humilhe os pacientes”, disse. Sobre a linha de ônibus, solicitada pela comunidade, explicou que seria importante que funcionasse entre 6h e 6h30min e que atendesse também o Hospital Municipal. Essa solicitação foi reforçada por Maria Julia Greff.

Saúde

Lindomar Getúlio Veiga, vice-coordenador da Comissão Social Democracia e Saúde (CDS) e conselheiro do Orçamento Participativo, lembrou que muitas pessoas não podem se deslocar até o Legislativo, sendo a sessão comunitária uma oportunidade para a população entrar em contato com os vereadores. Ele reclamou que estão sendo distribuídas apenas oito fichas para atendimento no posto de saúde da Marisol.

João Camargo, vice-coordenador da CDS, disse que o posto de saúde tem apenas um médico e que, mesmo quando os pacientes chegam cedo, por volta das 6h, já há outras cinquenta pessoas esperando. Em resposta, Alex Rönnau explicou que não são apenas oito atendimentos, lembrando que os agentes da saúde orientam entre 20 e 30 pessoas nas visitas às casas. Ele relatou que a Câmara Municipal, em 2010, ano em que compôs a mesa diretora, destinou recurso de seu orçamento para a Secretaria da Saúde adquirir micro-ônibus com o objetivo de auxiliar no transporte de pacientes a Porto Alegre. Fez um balanço sobre a atuação do Executivo, com a construção da novas escolas e sete Unidades de Saúde da Família.

Jesus Maciel Martins lembrou que a Câmara Municipal fez a sua parte durante a sua administração ao economizar e destinar cerca de R$ 700 mil para compra de equipamentos médicos e dos micro-ônibus. "Mais importante do que a construção de uma série de postos, é necessário ter médicos e profissionais da saúde atendendo a população hamburguense", disse.

O Presidente da Associação de Moradores do Bairro Canudos, Evaldo Machado, declarou que já ocorreram muitos avanços na área da saúde, citando a UPA 24 horas do bairro Canudos. “O atendimento precisa melhorar, mas o importante é que a unidade já está funcionando.” Betinho lembrou que Canudos tinha, até pouco tempo, apenas dois postos de saúde e que a situação está bem melhor.

Volnei Campagnoni, por sua vez, criticou os médicos, reclamando de privilégios da categoria. Ele lamentou que a sua luta pela criação de um hospital-escola na Feevale não tenha sido frutífera. O parlamentar reclamou ainda da falta de médico nos feriadões e disse ser um ato criminoso faltar o trabalho e deixar de atender os pacientes. "O Conselho de Medicina não toma uma atitude em relação às constantes faltas."

Sobre a dificuldade no agendamento de consultas, Serjão disse que a peregrinação dos pacientes desemboca na Central de Marcação de Porto Alegre. “Independente do prefeito e do partido, o administrador deve ter é respeito com a população”, afirmou.

Distrito Industrial

Neiva Focolo, presidente da União das Associações Comunitárias (UAC), salientou a importância de Novo Hamburgo ampliar o seu parque fabril, diversificando a produção, e de absorver a mão de obra formada na Feevale e na Escola Técnica Liberato. “Esses técnicos acabam indo para outras cidades. Precisamos que esses profissionais fiquem na cidade, ajudando a gerar renda”, acrescentou. Para isso, ela frisou a necessidade do Distrito Industrial, destacando acreditar que o local onde se localiza o Aeroclube não é o ideal. Ela sugere, por motivos de logística, que se opte por uma área próximo à BR-116, que já teria sido adquirida pelo Grupo Zaffari para construção de condomínio residencial. Clair Pedro Moreira, da UAC, comentou que o Distrito Industrial deverá contar com uma área para tratamento de dejetos químicos.

O vereador Volnei Campagnoni compartilha da mesma opinião que a presidente da UAC. Ele explicou que construção do aeroporto 20 de Setembro, em Portão, é outro motivo para se fazer o Distrito Industrial às margens da BR-116. “Não precisamos de área residencial, precisamos de emprego”, concluiu.

Serjão projetou que o Distrito Industrial só deve se tornar realidade em, no mínimo, três anos. O vereador relacionou o fato de empresas estarem abandonando a cidade à elevação de impostos, como o ISSQN.

Betinho falou que a falta do Distrito Industrial é um problema que se arrasta há anos.

Outras solicitações

Osmar Krutri, da Associação de Moradores do bairro Canudos, solicitou o asfaltamento das travessas do arroio Pampa.

A vice-diretora da escola, Teresinha Sartori, pediu uma área com quadra esportiva para jovens e crianças da comunidade. Segundo ela, a instituição de ensino acaba sendo a única alternativa para a prática de esportes, inclusive nos fins de semana, graças ao projeto Escola Aberta.

O morador Luís Pereira, conhecido como Taxinha, reclamou que várias ruas da Marisol não receberam nome, fato que traz várias dificuldades para a população e empresários da região. Relatou ainda haver esgoto a céu aberto na rua Oscar Bender, na altura do número 533.

Maria Delir Soares, vice-coordenadora do CDS, citou a falta de uma praça, que teve sua obra iniciada, mas não chegou a ser concluída. Sugeriu a construção de uma creche, que poderia atender tanto a Vila Getúlio Vargas quanto a Kipling.

Marlise Nobre, integrante da APEMEM da Tancredo Neves, pediu o cercamento do anexo da escola. Também disse que há necessidade de desentupimento dos bueiros para evitar o transbordamento em dias de chuva.