14/04/2011 - Número insuficiente de UBSs é problema na Saúde
Com o objetivo de apresentar a situação da Saúde no Município, a titular da pasta, Clarita de Souza, participou da sessão desta quinta-feira, 14. Para a secretária, saúde é algo tão complexo que não é possível fazer apenas com duas mãos. "Por isso vim acompanhada de diversos profissionais da área", explicou. Ela mostrou os dados do setor e falou sobre o projeto "Mais saúde para o povo de Novo Hamburgo".
De acordo com Clarita, o principal problema da Saúde é o número insuficiente de unidades básicas, 15 no total. Há também a falta de leitos no Hospital Municipal. "São 190 cadastrados, e ainda têm pacientes em macas. Mas acredito que é melhor do que deixarmos de prestar atendimento."
Entre os desafios, destacou a substituição de 1.225 trabalhadores terceirizados, o que gerou um custo de R$ 12 milhões em rescisões. "Precisamos também consolidar o nosso hospital como referência regional, mas isso só será possível com a criação de mais leitos, o que deve ocorrer após a conclusão do anexo".
Um avanço, segundo a secretária, foi a assinatura do pacto pela saúde, quando o Município assumiu a gestão plena do sistema, ou seja, adquiriu autonomia financeira, e contratualizou um recurso de R$ 82 milhões para o setor. Ela destacou também a informatização da rede, que deverá ser finalizada até maio de 2012. Clarita informou também sobre a realização de concurso para 89 médicos em nove áreas de atuação.
A secretária falou ainda sobre a implantação das oito equipes de saúde da família, sobre o programa SUS em Casa de internação domiciliar, que realizou 3,4 mil visitas em 2010, e sobre a licitação para reformas nos Pronto-atendimentos. "Com exceção de Lomba Grande e da Redentora, todas elas precisam de reparos", frisou.
UPA Centro
Clarita de Souza comemorou a aprovação de R$ 2 milhões para a construção da UPA Centro, que será localizada na rua Visconde de Taunay. Após a conclusão, o atual posto de saúde do bairro será destinado ao atendimento dos moradores do local. Outra conquista, segundo ela, é a UPA de Canudos, que será concluída em dois meses. "Sugiro que os vereadores façam uma visita à unidade. Estou impressionada com a estrutura. Iremos oferecer o que tem de melhor para aquela comunidade".
Apoio da Câmara
Clarita agradeceu o repasse de 1,3 milhão, feito pela Câmara no final do ano passado. O recurso será empregado na aquisição de duas ambulâncias para o HMNH e dois micro-ônibus, um deles adaptado para pessoas com necessidades especiais.
Os vereadores aproveitaram a participação da secretária para fazer questionamentos. Alex Rönnau (PT) elogiou as mudanças na marcação de consultas no posto de Canudos. Segundo ele, os agendamentos para clínico-geral e pediatra, que antes eram semanais, agora são diários. O petista perguntou sobre o caso do paciente que teria morrido em frente ao hospital. De acordo com a secretária, a informação dos funcionários da casa de saúde é de que o fato não ocorreu em frente à instituição, como foi noticiado. "Creio que a pessoa não conseguiu chegar lá a tempo".
Gerson Peteffi (PSDB) mais uma vez sugeriu a criação de uma equipe para a manutenção dos postos, o que deve ser contemplado com a licitação realizada para reformas nas instituições. Sergio Hanich (PMDB) disse que o difícil é conseguir o atendimento, mas quando se chega lá os funcionários são muito atenciosos. O peemedebista perguntou à secretária o que os vereadores podem fazer para ajudar a trazer melhorias para o setor. Já Ito Luciano, do mesmo partido, sugeriu que o Executivo faça uma campanha para que as pessoas utilizem o serviço da farmácia popular, que comercializa medicamentos com preços bem abaixo do mercado.
Raul Cassel (PMDB), presidente da Comissão de Saúde, indagou sobre as ambulâncias paradas na Prefeitura. Outro ponto abordado pelo parlamentar foi a divulgação de números referentes à mortalidade infantil. Segundo ele, isso varia de um ano para outro, não havendo responsabilidade direta da Secretaria. "Esse não é um índice a se utilizar para promoção", disse o parlamentar em referência ao discurso do prefeito Tarcísio Zimmermann. Conforme a secretária, tudo o que for feito para evitar óbitos de crianças deve ser "cantado e recantado". Em relação às ambulâncias, Clarita disse que os veículos são inservíveis em virtude de acidente, não podendo ser encaminhadas ao ferro-velho por se tratarem de bem-público.
Jesus Maciel (PTB) parabenizou a secretária por ter cumprido a palavra e usado o recurso disponibilizado pelo Legislativo para as áreas indicadas pelos parlamentares. Luiz Carlos Schenlrte (PMDB) elogiou a atuação da secretária, que está a frente de uma das pastas mais complexas do Município. Volnei Campagnoni (PCdoB) solicitou a reavaliação dos horários da São Jorge e disse ser defensor do Programa Saúde da Família, que conheceu quando essa iniciativa pioneira foi implantada em Santa Rosa.
Para Antonio Lucas, o importante é que a comunidade seja bem atendida. Ele disse que a secretaria não pode negar a existência de filas nos postos de saúde, pois é só passar lá para ver. "Nunca negamos a existência de filas, isso ocorre porque Novo Hamburgo tem 15 UBSs, e não 30", enfatizou Clarita. Carmen Ries (PT) falou que pelos problemas enfrentados pela comunidade na área, achava que as perguntas à secretária seriam muito mais duras. Mas, pelo contrário, ela foi muito bem recebida pelos vereadores. Matias Martins (PT) agradeceu a disponibilidade da secretária que permaneceu por quase três horas na sessão prestando esclarecimentos à comunidade.