11/05/2011 - Apresentados planos para áreas próximas a estações

por tatianelopes — última modificação 16/10/2020 19h55
Grupo de estudos também debateu licitação para comerciantes

Em mais uma reunião do grupo de estudos sobre o trem, realizada nesta quarta-feira, 11, foram debatidos no Plenário da Câmara dois temas: a licitação dos dos espaços destinados ao comércio nas estações Liberdade e Rio dos Sinos e o paisagismo e a urbanização ao longo dos trilhos. O presidente da Casa, Leonardo Hoff (PP), e o presidente da Frente Parlamentar Pró-Trensurb, Gilberto Koch (PT), dirigiram os trabalhos. 

Comércio
Antônio Carlos Alves de Freitas, gerente comercial da Trensurb, salientou que a locação de espaços ajuda a complementar a receita da empresa, formada também pela venda de passagem e publicidade. Ele explicou que as áreas comerciais já estão previstas no projeto – algo que não era realidade em 2000. Tanto para a Rio dos Sinos como na Liberdade, haverá 12 lojas, além de espaços para outros eventos. O edital será lançado em Novo Hamburgo, em junho, e amplamente divulgado na região. "Temos tentado dar a maior transparência possível nas contratações, feitas por concorrência pública." Freitas salientou que os atuais permissionśarios estão plenamento satisfeitos, e que o público é amplo, quase como o de um shopping center. 

Dúvidas
Luiz Carlos Schenlrte (PMDB) quis saber por que há diferença de tamanho e valor entre os espaços previstos para Novo Hamburgo (Liberdade/futura Santo Afonso) e para São Leopoldo (Rio dos Sinos), sendo que em alguns casos lojas maiores são mais baratas. Freitas disse que existe uma tabela, que leva em conta não apenas o tamanho do local, mas o público estimado e até a localização dentro da estação. 

O presidente da CDL, Remi Carasai, disse acreditar que um espaço de oito metros quadrados não oferece condições para o trabalho do lojista. Ele também questionou a diferença de preços entre as cidades. "Acho que deve ser revista." Freitas reiterou que a estação Rio do Sinos não deve ser tão movimentada como a Liberdade. "Por um certo período, vai ser a final, então terá um peso maior." Sobre o tamanho, disse que há quatro lojas na estação Mercado com quatro metros quadrados. "Eles estão conseguindo trabalhar sem problemas." Freitas ainda disse que há um cuidado para que não ocorra duplicidade de opções. 

Urbanismo
O gerente de Mobilidade Urbana da Trensurb, engenheiro Sidemar Francisco da Silva, mostrou, por meio de slides, como a região em torno das estações e ao longo dos trilhos deve ficar, destacando que o projeto ainda não está fechado. Em São Leopoldo, devem ser feitos pólos com equipamentos para prática de esportes, pracinhas, quiosques e até palco para shows. "Mas em algumas áreas não dá para criar esses pólos, então colocaremos pavimento que permitirá a realização de feiras, por exemplo." Em techos estreitos, devem ser criadas também pistas de caminhada e ciclovias. No entorno da estação, haverá vagas para carros e bicicletas e um espaço para integração com outros meios de transporte. 

Nas proximidades da estação Liberdade (futura Santo Afonso), até quase a rua Sete de Setembro, também devem ser construídos estacionamentos, canchas de bocha, quadras esportivas e ciclovias. Ele frisou que os projetos deverão ainda ser debatidas na Câmara e pela comunidade em geral – e que a questão da iluminação terá que ser mediada com outros organismos. 

De quem será a responsabilidade da manutenção desses equipamentos de cultura, esporte e lazer foi uma das dúvidas apresentadas pelos participantes. Edson Santos, assessor especial de relações comunitárias da Trensurb, disse que ainda não há uma solução perfeita para a questão do cuidado com os espaços. "Acreditamos que aquilo que a gente recebe, a gente protege. Então buscamos construir equipamentos que realmente dialoguem com o desejo das pessoas. É um passo para a preservação. Mas mesmo o uso causa degradação. Por isso podem ser feitas negociações entre a iniciativa privada e o poder público, como em Porto Alegre. Ainda estamos abertos ao debate." Ele também destacou que a empresa está aberta a propostas que integrem a arte local ao projeto. 

O traçado da linha também foi questionado durante o encontro. Representantes de entidades como Sindilojas, CDL, Rotary, Movimento Roessler, União dos Estudantes, de secretaria municipais, arquitetos, engenheiros e vereadores estiveram presentes. O grupo de estudos foi formado após uma audiência pública sobre as alterações na infraestrutura da cidade em decorrência da implantação do trensurb, realizada em março na Câmara. O próximo encontro será no dia 25, às 16 horas, no mesmo local.