02/02/2011 - Vereadores consideram saúde principal problema de NH
O presidente do Legislativo, Leonardo Hoff (PP), apontou que há incongruências em relação ao discurso e às ações do Executivo na saúde. O vereador se referia à entrevista publicada no jornal ABC Domingo, no dia 12 de dezembro de 2010, na qual o prefeito Tarcísio Zimmermann destacou que seu governo fez uma revolução nessa área. Em seu discurso, na terça-feira, dia 1°, Hoff disse estranhar que logo após essa declaração o Executivo tenha decretado, em 30 de dezembro, situação de emergência no setor hospitalar e na rede de atendimento do Sistema Único de Saúde.
Para Hoff, algumas medidas da Prefeitura se mostraram acertadas, como, por exemplo, a criação da Fundação de Saúde, tema em pauta nos jornais da Capital em virtude da intenção do prefeito José Fortunati de adotar modelo semelhante em Porto Alegre.
"Eu acho que o governo empreendeu uma grande obra ao criar a Fundação de Saúde Pública. Essa é uma forma de desengessar a saúde no Município. A Fundação, sim, é a solução para acabar com o problema da terceirização, além de dinamizar a saúde de Novo Hamburgo", avaliou.
Do ponto de vista do presidente do Legislativo, o problema foi os baixos salários oferecidos no concurso público de 2009 realizado para preencher vagas de médicos. Segundo o vereador, o governo foi alertado sobre essa questão: "os salários não eram de mercado", acrescentou Hoff, afirmando que é um desestímulo para os profissionais, que acabam buscando outras ofertas de trabalho.
Leonardo Hoff espera que o edital do novo concurso não incorra no mesmo erro. Como solução para questões desse tipo, Hoff sugeriu que o Executivo busque assessoramento de um conselho político.
Situação de Emergência
A situação de emergência foi decretada pelo Executivo com a alegação de haver déficit de profissionais de saúde e excesso de internações e atendimentos de urgência no Hospital Municipal.
Com a medida, ficam a secretaria de Saúde e a Fundação de Saúde Pública autorizadas a contratar profissionais, para a rede básica de saúde e o sistema hospitalar municipal, em regime de dedicação integral, de plantão ou de sobre-aviso. O Executivo também poderá realizar compras emergenciais de equipamentos, insumos e suprimentos, além de contratações de obras e de serviços especializados.
Outros parlamentares também assumem posição
Jesus Maciel (PTB) comentou sobre o trabalho que pretende desenvolver à frente da Comissão de Saúde. Ele citou casos de precariedade no atendimento e reclamou da distribuição de fichas: "não podemos deixar que pessoas morram na fila, como já aconteceu. Vou trabalhar para garantir os direitos da saúde".
Em seguida, o vereador Matias Martins (PT) ressaltou que as dificuldades referentes à falta de profissionais na área da saúde devem ser solucionadas através de concursos públicos e que esse não é um problema exclusivo de Novo Hamburgo, pois várias cidades sofrem com isso.
Raul Cassel (PMDB) informou que está deixando a Unidade Básica de Saúde da Vila Iguaçu depois de 24 anos de serviços prestados. Cassel lembrou as dificuldades do início de seu trabalho nessa Unidade: "construimos muito com a comunidade". O vereador, que também é médico, passou a atuar a partir desta quarta-feira, 2, na UBS da Redentora. Além disso, o peemedebista afirmou que continuará cobrando do Executivo o término das obras do Hospital Municipal.
A vereadora Carmen Ries (PT) disse estar contente com as inaugurações das novas UBSs, fazendo um apelo para que os médicos se inscrevam nos concursos públicos. Também apontou que as administrações municipais tem por obrigação concluir as obras que iniciam: "cada prefeito que comece uma obra, que a termine", finalizou.