Vereadores aprovam curso de Artes Visuais da Feevale como patrimônio imaterial de Novo Hamburgo

por Luís Francisco Caselani última modificação 01/12/2025 19h59
1º/12/2025 – Após 55 anos, a Universidade Feevale anunciou o encerramento de novas matrículas no curso de Artes Visuais. Diante de sua relevância histórica, os vereadores Felipe Kuhn Braun (PSDB), Professora Luciana Martins (PT) e Nor Boeno (MDB), integrantes da Comissão de Educação e Cultura da Câmara (Coedu), apresentaram um projeto de lei que declara a graduação patrimônio histórico-cultural imaterial de Novo Hamburgo. Aprovada por unanimidade em votação final na tarde desta segunda-feira, 1º, a proposta segue agora para avaliação do Executivo. O objetivo é reconhecer e valorizar a importância histórica, educacional e cultural da formação, que tem origem no antigo Instituto de Belas Artes (IBA), fundado em 1957.
Vereadores aprovam curso de Artes Visuais da Feevale como patrimônio imaterial de Novo Hamburgo

Foto: Pyetra Trindade/CMNH

De acordo com a justificativa, o reconhecimento tem o intuito de preservar a memória e a contribuição do curso para o desenvolvimento artístico e educacional da cidade. O texto ressalta que o IBA foi a primeira instituição de ensino de Novo Hamburgo a obter reconhecimento federal como faculdade, tornando-se referência na formação de professores e profissionais das artes visuais.

O curso, que passou a integrar oficialmente a Universidade Feevale em 1970, atualmente é ofertado nas modalidades licenciatura e bacharelado. Contudo, por decisão da instituição, não haverá vestibular para o próximo ano. Na sessão do dia 29 de setembro, a Câmara inclusive aprovou uma moção de apelo pela permanência do curso, de autoria dos mesmos vereadores. Conforme o presidente da Coedu, Felipe Kuhn Braun, as propostas acompanham um pedido encaminhado por diversos alunos. “Uma forma de sensibilização sobre a importância da manutenção do curso”, frisou Felipe.

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A comissão também destaca a presença de professores e artistas de renome na trajetória da graduação, como Aloysio Daudt, João Lupi e Vera Chaves Barcellos, além da histórica integração com entidades sociais e culturais do município. O Projeto de Lei nº 116/2025 autoriza o Executivo a adotar as medidas administrativas necessárias para o tombamento imaterial do curso com fins de conservação, valorização e preservação histórica.

Além das Artes Visuais, a partir do próximo processo seletivo, a Universidade Feevale não ofertará mais os cursos de Design de Interiores, Estética e Cosmética, História, Letras e Relações Públicas. A decisão, segundo a instituição, foi tomada após análise do cenário educacional, considerando a baixa procura nessas áreas, o que inviabiliza a continuidade da oferta.

Para o projeto virar lei

Para que um projeto se torne lei depois de aprovado em segunda votação, ele deve ser encaminhado à Prefeitura, onde poderá ser sancionado e promulgado (assinado) pelo prefeito. Em seguida, o texto deve ser publicado, para que todos saibam do novo regramento. Se o documento não receber a sanção no prazo legal, que é de 15 dias úteis, ele volta para a Câmara, que fará a promulgação e ordenará sua publicação. Quando isso ocorre, é dito que houve sanção tácita por parte do prefeito.

Há ainda a possibilidade de o projeto ser vetado (ou seja, rejeitado) parcial ou totalmente pelo prefeito. Nesse caso, o veto é analisado pelos vereadores, que podem acatá-lo, e então o projeto não se tornará lei, ou derrubá-lo, quando também a proposta será promulgada e publicada pela Câmara.