Programa de combate à esporotricose terá fornecimento gratuito de medicamentos
Micose subcutânea provocada por fungos da espécie Sporothrix, a enfermidade afeta gatos e pessoas. Em humanos, ela se manifesta principalmente por feridas na pele. A doença é contraída por meio de arranhões e mordidas de gatos infectados, além do contato com plantas e solo contaminados. Não há transmissão de pessoa para pessoa. “A doença não é considerada grave e tem cura, tanto em humanos quanto nos animais acometidos. Após avaliação clínica, orientação e acompanhamento médico, o tratamento deve ser iniciado rapidamente e sua duração pode variar de três meses a um ano”, explica Gustavo Finck.
Coordenado pela Diretoria de Bem-Estar Animal, o programa municipal terá como uma de suas diretrizes o acesso gratuito ao diagnóstico e ao fornecimento de medicação antifúngica para animais em situação de rua, pertencentes a colônias, sob o cuidado de ONGs e protetores independentes ou tutelados por pessoas com comprovada insuficiência financeira. O PL nº 62/2025 também possibilita a disponibilização do tratamento em outros casos, mas sem a mesma prioridade.
A matéria, que retorna agora às mãos do prefeito para ser transformada em lei, prevê ainda o monitoramento das ocorrências, campanhas educativas, instruções de conduta diante de casos suspeitos e capacitação de profissionais de saúde e bem-estar animal para identificação precoce e manejo adequado. Como existe a orientação de não enterrar os animais falecidos, o Município também garantirá o recolhimento dos corpos mediante a solicitação de qualquer cidadão, independentemente de condição financeira.
Ao final da votação, a vereadora Deza Guerreiro (PP) comemorou a aprovação. Fundadora da ONG Amparo Animal NH, a parlamentar recordou indicação de sua autoria, enviada à Prefeitura há cerca de três meses, solicitando estudo de viabilidade justamente para a disponibilização de tratamento veterinário para gatos acometidos pela doença. “Bato nesta tecla desde o início do meu mandato. A aprovação do projeto de lei é um marco importante para a saúde pública do nosso município e um avanço na proteção animal”, sustentou Deza.
O líder de governo, Giovani Caju (PP), concordou com sua colega de bancada. “A esporotricose é um problema muito grave. Fico feliz que a cidade esteja encarando isso de frente”, celebrou o parlamentar, que mencionou os altos custos envolvidos no tratamento. “Cada vez que mandamos manipular o remédio, custa em torno de 150 reais para 60 dias”, informou.
Vitalidade
Em fevereiro, a jornalista Tatiane Lopes, apresentadora do programa Vitalidade, da TV Câmara, conversou sobre o avanço da esporotricose com a então diretora de Bem-Estar Animal da Prefeitura, Márcia da Cás. A entrevista completa está disponível no canal da emissora no YouTube:
A aprovação em primeiro turno
Na Câmara de Novo Hamburgo, os projetos são sempre apreciados em plenário duas vezes. Um dos objetivos é tornar o processo (que se inicia com a leitura da proposta no Expediente, quando começa sua tramitação) ainda mais transparente. O resultado que vale de fato é o da segunda votação, geralmente realizada na sessão seguinte. Assim, um projeto pode ser aprovado em primeiro turno e rejeitado em segundo – ou vice-versa.