ONG Somos Um Só celebra oito anos de existência e pede apoio para promover mais projetos
“A Somos Um Só é formada por corredores que carregam pessoas com deficiência em triciclos adaptados”, relatou, explicando como surgiu a ideia de tornar o esporte uma ferramenta de inclusão e transformação.
De acordo com Magrão, não há em sua família cadeirantes ou pessoas com deficiência, mas, ao deparar-se com a história do estadunidense Dick Hoyt — que realizou um triatlo com o filho, quadriplégico e com paralisia cerebral —, surgiu a ideia de levar um pouco de conforto e alegria a quem não podia participar de corridas. Na região, Magrão relatou que, no último sábado, 27, ocorreu em Três Coroas um campeonato inclusivo com bocha paralímpica, tênis de mesa, rafting, corrida e handbike (triciclo pedalado com as mãos). Entre as cidades onde os projetos da ONG são desenvolvidos estão Gramado, Osório, Pelotas e Porto Alegre.
A proponente Daia Hanich frisou que era uma honra recebê-los no Parlamento. “Essa organização sem fins lucrativos tem como propósito promover a inclusão social por meio do esporte. É muito mais que participar de corridas: é viver experiências únicas de união, empatia e superação. O projeto nos mostra que o esporte tem uma força transformadora”, acrescentou. Ela reforçou que a prática esportiva quebra ciclos de exclusão, ocupa o tempo, estimula o foco e ensina regras. “E o mais importante: oferece uma nova visão de futuro”, declarou.
Natural de Esteio, Loureiro relatou ter vivido metade de seus 63 anos em Novo Hamburgo, onde construiu sua carreira e constituiu família. Com base na experiência adquirida no trabalho voluntário que desenvolve e na observação das ações do poder público, tanto Legislativo quanto Executivo, Magrão pediu um olhar mais inclusivo quanto à fiscalização dos espaços públicos. Ele lamentou que um carro oficial estivesse estacionado em vaga destinada a cadeirantes e foi taxativo ao afirmar que o Parcão não é inclusivo. Segundo ele, esse rótulo só pode ser dado se a pessoa com deficiência consegue entrar e sair sozinha do ambiente. “Só quem vive o dia a dia sabe o que é”, disse.
Manifestação dos vereadores
A vereadora Professora Luciana Martins (PT) exaltou a dedicação do educador físico e destacou a coincidência de ter encaminhado, justamente na segunda-feira, o Requerimento nº 1.206/2025, que solicita informações ao Executivo sobre a instituição e funcionamento do Comitê Gestor Municipal de Políticas de Inclusão das Pessoas com Deficiência.
Ao expressar gratidão pelo trabalho de Magrão, Ricardo Ritter – Ica (MDB) ressaltou a importância do alto-astral do educador físico, de sua atuação dedicada àqueles que precisam de um olhar cuidadoso e de como seria importante ter pessoas como ele promovendo inclusão em outras cidades. “Reconheço em ti aquele líder que eu via nos campos de futebol lá no Esperança. E, agora, nesse comprometimento que tu tens na Somos Um Só”, afirmou o parlamentar, relatando também experiências familiares. O pai do vereador, falecido há dois anos, viveu durante 50 anos sem visão, e sua mãe, atualmente, necessita de uma cadeira de rodas para se locomover.
Sobre os desafios enfrentados pelos familiares em seu dia a dia, Loureiro destacou que mães e avós são verdadeiras "feras" nos cuidados com filhos e netos com necessidades especiais. Ele lamentou que, muitas vezes, os homens abandonem os lares diante das dificuldades impostas pela rotina de cuidados 24 horas por dia.
Da tribuna de honra, acompanharam a sessão Núbia Coimbra, Flávio Severo, Elisabeth Gomes e o vereador de Esteio Luciano Battistello. Deficiente visual, Flávio é autor do rap apresentado na abertura do pronunciamento de Magrão na Câmara.