Novo Hamburgo aprova programa de combate à esporotricose
Em humanos, a infecção manifesta-se principalmente por feridas na pele. A doença é contraída por meio de arranhões e mordidas de gatos infectados, além do contato com plantas e solo contaminados. Não há transmissão de pessoa para pessoa. “A doença não é considerada grave e tem cura, tanto em humanos quanto nos animais acometidos. Após avaliação clínica, orientação e acompanhamento médico, o tratamento deve ser iniciado rapidamente e sua duração pode variar de três meses a um ano”, explica Gustavo Finck na justificativa anexada ao PL.
Distribuição de medicamentos
Coordenado pela Diretoria de Bem-Estar Animal, o programa municipal tem como uma de suas diretrizes o acesso gratuito ao diagnóstico e ao fornecimento de medicação antifúngica para animais em situação de rua, pertencentes a colônias, sob o cuidado de ONGs e protetores independentes ou tutelados por pessoas com comprovada insuficiência financeira. O Projeto de Lei nº 62/2025 também possibilita a disponibilização do tratamento em outros casos, mas sem a mesma prioridade.
A matéria, que retorna à pauta nesta quarta, 13, em votação final, prevê ainda ações de vigilância epidemiológica, com monitoramento das ocorrências, campanhas educativas, instruções de conduta diante de casos suspeitos e capacitação de profissionais de saúde e bem-estar animal para identificação precoce e manejo adequado. Como existe a orientação de não enterrar os animais falecidos, o Município também garantirá o recolhimento dos corpos mediante a solicitação de qualquer cidadão, independentemente de condição financeira. O programa poderá contar com a cooperação de instituições de ensino, protetores e organizações da sociedade civil.
A vereadora Deza Guerreiro (PP) explicou que o projeto é uma questão de saúde pública e que a esporotricose é uma doença que exige resposta efetiva da gestão pública. “Eu tenho falado sobre o assunto desde o início do meu mandato. E a culpa não é do gato, ele também é vítima de um fungo”, frisou a parlamentar ao lamentar que a proposta não tenha tramitado em regime de urgência.
Vitalidade
Em fevereiro, a jornalista Tatiane Lopes, apresentadora do programa Vitalidade, da TV Câmara, conversou sobre o avanço da esporotricose com a então diretora de Bem-Estar Animal da Prefeitura, Márcia da Cás. A entrevista completa está disponível no canal da emissora no YouTube:
A aprovação em primeiro turno
Na Câmara de Novo Hamburgo, os projetos são sempre apreciados em plenário duas vezes. Um dos objetivos é tornar o processo (que se inicia com a leitura da proposta no Expediente, quando começa sua tramitação) ainda mais transparente. O resultado que vale de fato é o da segunda votação, geralmente realizada na sessão seguinte. Assim, um projeto pode ser aprovado em primeiro turno e rejeitado em segundo – ou vice-versa.