Emília Heck e Vanderlei Rodrigues darão nome a duas ruas da Vila Martin Pilger
O Projeto de Lei nº 121/2025, de autoria do vereador Felipe Kuhn Braun (PSDB), homenageia Emília Catarina Heck, agricultora natural de Bom Princípio que adotou Novo Hamburgo como lar. Já o PL nº 122/2025, elaborado por Eliton Ávila (Podemos), presta reconhecimento à trajetória de Vanderlei Cardoso Rodrigues, um dos responsáveis pela regularização da própria Martin Pilger.
Os trechos que serão nomeados são perpendiculares entre si. A rua 1, situada na confluência entre a rua 2 e a rua Capitão Rodrigo Cambará, passará a se chamar Emília Catarina Heck. Emília nasceu em 25 de março de 1897, em Bom Princípio, à época distrito de Montenegro. Após a morte do marido, Jacob Aloísio Heck, com quem teve 12 filhos, mudou-se para o bairro Rincão, onde residia com o filho Alicito. Ele e outros sete irmãos vieram ao Vale do Sinos em busca de melhores condições de vida. Ao falecer, em 16 de maio de 1976, Emília deixou, além dos filhos, 56 netos.
Da tribuna, Felipe falou sobre a importância de batizar logradouros com o nome de mulheres que ajudaram no desenvolvimento da cidade e da região. “Uma pessoa que contribuiu muito junto à sua família, sua comunidade religiosa e os locais onde viveu. Esta homenagem eterniza não apenas seu nome, mas também sua memória”, discursou o autor, que mencionou a presença de familiares no plenário e salientou a curiosidade de a votação em segundo turno ter coincidido com o aniversário do único filho ainda vivo de Emília.
Ainda durante a discussão, Professora Luciana Martins (PT) parabenizou o vereador tucano pela iniciativa de homenagear uma mulher. “Vemos muito mais personalidades masculinas dando nome aos espaços públicos. Que possamos buscar essa equidade e levar isso em consideração na hora de elaborarmos nossos projetos de lei”, sugeriu a parlamentar.
Vanderlei Rodrigues
Coube a Eliton Ávila nomear a rua 2 como Vanderlei Cardoso Rodrigues. A escolha foi motivada pela estreita ligação do homenageado com a área e por sua luta pela regularização da Vila Martin Pilger. “Para muitos, ele foi uma das figuras mais importantes nesse processo, atuando até seu último dia de vida com o mesmo compromisso e paixão”, destacou o parlamentar, que também lembrou a participação de Rodrigues no Sindicato dos Metalúrgicos, onde defendia os direitos da classe trabalhadora.
Aos 35 anos, ele perdeu a vida em 20 de novembro de 2008 – data simbólica em que se celebra o Dia da Consciência Negra e se homenageia Zumbi dos Palmares. “Ele foi um exemplo de cidadania, solidariedade e resistência. Negro, atuante e profundamente comprometido com as causas sociais, deixou sua marca em cada espaço que ocupou”, pontuou o proponente.
Para o projeto virar lei
Para que um projeto se torne lei depois de aprovado em segunda votação, ele deve ser encaminhado à Prefeitura, onde poderá ser sancionado e promulgado (assinado) pelo prefeito. Em seguida, o texto deve ser publicado, para que todos saibam do novo regramento. Se o documento não receber a sanção no prazo legal, que é de 15 dias úteis, ele volta para a Câmara, que fará a promulgação e ordenará sua publicação. Quando isso ocorre, é dito que houve sanção tácita por parte do prefeito.
Há ainda a possibilidade de o projeto ser vetado (ou seja, rejeitado) parcial ou totalmente pelo prefeito. Nesse caso, o veto é analisado pelos vereadores, que podem acatá-lo, e então o projeto não se tornará lei, ou derrubá-lo, quando também a proposta será promulgada e publicada pela Câmara.