Conhecida por sua horta comunitária, Joanna de Ângelis atende 80 crianças em contraturno
Crédito: Pyetra Trindade/CMNH
“Organização sem fins lucrativos, o Instituto Joanna de Ângelis atua de forma séria e comprometida no desenvolvimento humano, na inclusão social e no apoio a crianças, adolescentes e famílias em situação de vulnerabilidade. Uma entidade que tem transformado vidas com base em valores como amor, respeito e solidariedade. São cerca de cem famílias regularmente impactadas por inúmeros projetos que unem educação, sustentabilidade, geração de renda e fortalecimento comunitário”, introduziu Daia.
Eliton Ávila elogiou o trabalho feito com as crianças, mencionou o acolhimento a pessoas em situação de rua e convidou os colegas a conhecerem o espaço. “Se não foram ainda na horta, vão. Só a energia positiva que encontramos naquele local já vale a visita. Somos acolhidos sempre com amor, carinho e afeto. Eles plantam de fato a sementinha do bem”, ressaltou.
Atual presidente do Instituto Joanna de Ângelis, Gilmar Dalla Roza explicou que a entidade opera hoje fundamentada em seis pilares. “Construímos uma estrutura totalmente horizontalizada, potencializando a construção coletiva. Trabalhamos em cima do propósito de, por meio da caridade, auxiliar na transformação integral do ser humano. É por essa causa que nós levantamos cedo e abrimos mão dos nossos negócios”, iniciou.
“Nossos projetos são cuidadosamente trabalhados. Focamos em formar cidadãos do bem. Todas as nossas ações têm esse intuito”, pontuou Dalla Roza. Entre as atividades promovidas pelo instituto, além de atendimento psicológico e psicopedagógico, estão oficinas de cidadania ativa, educação empreendedora, arte e teatro, cultura hip-hop e judô. A arte marcial é um dos orgulhos dos voluntários. “Somos pentacampeões municipais”, comemorou o presidente.
Em 2024, essas oficinas somaram 11.758 participações de crianças, todas com o fornecimento de refeições. Foram contabilizados ainda 487 atendimentos e quase 11 toneladas de alimentos doados. “Para receberem a cesta básica, as famílias precisam garantir que suas crianças tenham 75% de frequência nos nossos projetos. E o responsável precisa comparecer uma vez por mês para discutir o trabalho feito com os jovens”, explicou Dalla Roza.
Apesar dos números, a capacidade de atendimento ainda está aquém da demanda. “Precisamos de mais doações para recebermos mais crianças com uma alimentação melhor. Hoje, o instituto custa em torno de R$ 40 mil mensais, mas começamos o mês sem nada na caixa, e precisamos correr atrás para fechar a conta. Também faltam melhorias na estrutura física e transporte para as crianças e suas mães”, revelou o presidente. “A entidade hoje é mantida pelo nosso brechó, pelo armazém, pela venda das verduras orgânicas e pelas campanhas que fazemos”, contou Dalla Roza. Coordenadora do brechó social, Tatiane Bruxel também subiu à tribuna para uma breve manifestação.
Para ampliar a arrecadação do Instituto Joanna de Ângelis, os convidados listaram a possibilidade de os cidadãos indicarem a destinação de parte do Imposto de Renda, apadrinharem crianças, participarem como solidários ou mesmo ajudarem na divulgação dos serviços prestados. Aos agentes políticos, sugeriram ainda subsídios, lembrando que a entidade tem reconhecimento de utilidade pública desde 2005.
Ao final dos pronunciamentos, diversos vereadores deixaram seus votos de reconhecimento às atividades realizadas desde 1990. Enio Brizola (PT) lembrou que muitos de seus amigos conseguiram acessar universidades federais a partir de cursos pré-vestibulares oferecidos pela Joanna de Ângelis. “Hoje são formados no ensino superior graças a esse tempo de estudo com professores voluntários”, contou.
Joelson de Araújo (Republicanos) falou sobre a recuperação dos prédios do instituto após ocorrências de vandalização e parabenizou o trabalho realizado com as crianças. “Eles ensinam matemática pesando alimentos da própria horta”, frisou Joelson, elogiando a didática adotada. “Que bom que homens e mulheres se unem para fazer aquilo que o poder público muitas vezes não dá conta. Nossos jovens precisam de muitos espaços assim. Que vocês possam continuar transformando várias vidas”, acrescentou Professora Luciana Martins (PT).
Giovani Caju (PP) e Ricardo Ritter – Ica (MDB) encerram as participações dos vereadores. “Só quero reconhecer o excelente trabalho que vocês fazem”, resumiu Ica. “Um trabalho que impacta diretamente a vida de tantas crianças”, celebrou Caju.