Com direito a urna eletrônica e propostas reais, alunos vivem a democracia no Projeto Vereador Mirim

Criado em 2017, o Vereador Mirim busca aproximar os jovens da política e fortalecer a cidadania por meio de atividades que integram a Câmara com a comunidade escolar. Estudantes de 5º a 9º anos participam de palestras na sede do Legislativo e depois aprofundam os conteúdos em sala de aula. Com apoio do Tribunal Regional Eleitoral do RS, realizam eleições com urnas eletrônicas — as mesmas usadas nos pleitos oficiais.

“O projeto se destaca nacionalmente porque é real. Os vereadores mirins eleitos não participam apenas de uma simulação: eles apresentam propostas que são acolhidas pelos vereadores titulares e colocadas em prática”, explica Maria Carolina Seitenfus Hagen, diretora da Escola do Legislativo Sergio Luis Hanich. 

Conforme Maria Carolina, em 2025, sete escolas participam da iniciativa. Ela explica que, cada instituição define, de forma autônoma, o número de eleitores e organiza debates internos entre os candidatos. No fim do ciclo, os 21 eleitos (14 titulares e sete suplentes) passarão por diplomação, oficinas, ensaios e uma sessão oficial, no Plenário da Câmara, com direito a uso da tribuna, indicações e pedidos de providência e até formulação de projetos de lei.

“É um trabalho que envolve muitos setores da Câmara e conta com o apoio essencial das escolas. As eleições empolgaram, e ver a criançada colocando o nome na urna, com aquele frio na barriga, é muito especial”, comentou o presidente Cristiano Coller (PP), que acompanhou de perto as votações nas escolas.

A experiência marcou alunos, professores e gestores. Para Keli Cassol Domingos, 12 anos, da escola estadual Ayrton Senna, candidatar-se foi uma oportunidade de escutar os colegas e propor mudanças reais: “Queria ouvir os alunos e ajudar a mudar o que incomoda, como  melhorar os banheiros femininos e construir mais opções para o nosso recreio. A gente pode fazer a diferença em grupo", complementou.

Bruno de Oliveira, 13 anos, da escola estadual Osvaldo Aranha, também foi candidato. “Quero ajudar com ideias que melhorem a escola e até a cidade. Propus campanhas com tampinhas para fazer melhorias gastando pouco", disse. Mesmo entre os eleitores, o sentimento era de envolvimento. "Na minha turma tem um candidato que é responsável, educado. Votar nele é saber que alguém vai nos representar bem”, contou Thor Eduardo Koziol, 13 anos, eleitor da mesma escola. “Trabalhamos em sala temas como Iluminismo, Democracia e República. Quando os alunos vivem isso na prática, tudo ganha outro sentido. Eles ficaram impressionados ao conhecer a Câmara e agora sabem o papel do vereador na cidade. É um projeto que transforma", enfatizou o professor de história Tiago Luciano Ledur.

A pequena Rafaela Scheffel, 12 anos, da escola municipal Nilo Peçanha, atuou como mesária e descreveu a experiência como inesquecível: “É uma chance única de aprender como funcionam as eleições, as leis, os poderes. Esse aprendizado vai ficar com a gente para sempre.” Já Lívia Ferreira, 11 anos, e também mesária, destacou que o projeto é muito divertido e possibilita interagir com outras crianças.

“Foi muito gratificante ver o envolvimento dos estudantes. Embora só os anos finais tenham votado, todos demonstraram curiosidade e interesse durante o processo. É um exercício formativo e um passo importante para a construção de cidadãos mais conscientes”, pontuou a diretora da EMEB Presidente Nilo Peçanha, Marilane Pires Mendes, que participa pela primeira vez do projeto.

Por fim, Cristiano Coller ressaltou a importância do engajamento estudantil. “Tive a honra de participar de perto. É emocionante ver os alunos se candidatando, sendo mesários, votando. E o processo não acaba com a eleição: eles serão diplomados, usarão a tribuna e apresentarão requerimentos como nós fazemos. É um passo fundamental para formar cidadãos ativos.” Coller também valorizou a parceria com o TRE-RS: “A urna eletrônica usada é a mesma das eleições oficiais. Sem internet, sem Bluetooth — mais segura que um celular. Os alunos digitaram o número, viram a própria foto e escutaram aquele barulhinho no final. Um momento que não esquecem mais", avaliou o parlamentar.

Conheça os eleitos nas escolas acompanhadas:

Escola Estadual Ayrton Senna
Mayara Corrêa, Gabrielly Imhoff e Richard Gabriel da Silva

EMEB Presidente Nilo Peçanha
Samuel Coller, Guilherme Becker e Isabella Cesarino

Escola Estadual Osvaldo Aranha
Lais Roballo, Bruno Fontoura e Vinícius dos Santos

O que é o Projeto Vereador Mirim?
Criado em 2017, o projeto busca estimular o protagonismo estudantil e a participação política entre jovens de Novo Hamburgo. Os alunos passam por formação teórica e vivenciam etapas de campanha, eleição, diplomação e atuação legislativa. O ponto alto é a Sessão Especial do Vereador Mirim, onde apresentam proposições reais ao Plenário da Câmara.

Quem organiza?

O projeto é coordenado pela Escola do Legislativo Sergio Luis Hanich, com apoio da Secretaria Municipal de Educação (SMED), da 2ª CRE, do TRE-RS, da Escola Judiciária Eleitoral e de diversos setores da Câmara, como Comunicação, Cerimonial, Legislativo, Administrativo e Procuradoria.

Escolas participantes da edição 2025:

• EMEB Presidente João Goulart
• EMEB Monteiro Lobato
• EMEB Machado de Assis
• EMEB Presidente Nilo Peçanha
• Escola Estadual Osvaldo Aranha
• Escola Estadual Ayrton Senna
• Escola de Aplicação Feevale

Clique na imagem e veja as fotografias do projeto: