Apae de Novo Hamburgo reforça papel na inclusão e no atendimento a pessoas com deficiência

por Daniele Silva última modificação 20/10/2025 19h30
20/10/2025 – Com mais de 60 anos de atuação, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Novo Hamburgo realiza, em média, 670 atendimentos mensais destinados a pessoas com deficiência intelectual e múltipla. Para falar sobre o trabalho desenvolvido pela entidade, que integra as 2.265 Apaes espalhadas em todo o Brasil, o diretor Carlos Spengler participou da sessão plenária desta segunda-feira, 20. O convite foi da vereadora Deza Guerreiro (PP).
Apae de Novo Hamburgo reforça papel na inclusão e no atendimento a pessoas com deficiência

Foto: Pyetra Trindade/CMNH

Fundada em 28 de agosto de 1963, a Apae de Novo Hamburgo atende pessoas de diferentes idades com entraves no desenvolvimento de seus ciclos de vida, oferecendo serviços gratuitos e adaptados a cada singularidade. Atualmente, a associação mantém ações de assistência social, atendimentos em sua clínica interdisciplinar — composta por profissionais de fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, psicopedagogia e serviço social — e o trabalho de sua Escola Especial. A diretoria atua de forma voluntária. Há também os autodefensores, representantes dos assistidos na direção da entidade.

Spengler apresentou dados que demonstram o impacto do movimento apaeano no país. Segundo ele, são 1,7 milhão de pessoas atendidas e mais de 25 milhões de atendimentos mensais. O Rio Grande do Sul possui 206 Apaes. “Em Novo Hamburgo, com a crescente demanda de pessoas com deficiência sem atendimentos no município, um grupo se mobilizou para criar uma instituição que pudesse acolher essa comunidade”, contou o dirigente, lembrando que o ato de fundação ocorreu no antigo plenário da Câmara. Hoje, a escola da Apae/NH possui 214 alunos e realiza, em média, 670 atendimentos por mês.

Ele destacou ainda a participação da Apae na Feira Municipal de Iniciação Científica e Tecnológica de Novo Hamburgo (Femictec) e nas Paralimpíadas Escolares, na qual a instituição conquistou o primeiro lugar geral no ano passado. “A entidade busca atuar com profissionalismo, ética, amor, dedicação, competência e companheirismo na valorização do que seus assistidos têm de melhor. Não olhamos deficiência, mas sim potencialidades”, declarou.

O dirigente relatou outras atividades desenvolvidas pela Apae, como os grupos Seja e Conviver, voltados ao fortalecimento do convívio social, especialmente para pessoas que estavam isoladas em casa. Também mencionou o projeto de inclusão no mercado de trabalho, no qual a equipe da Apae oferece suporte tanto aos trabalhadores quanto às empresas, para que juntos possam superar desafios.

Entre as ações de captação de recursos, Spengler citou eventos e campanhas como a festa junina, o tradicional chá, o carreteiro em parceria com o Rotary Club, a Balada da Apae e o jantar Noite Feliz, realizado no Hotel Swan.

Atuando também como presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), Spengler reforçou a importância do Fundo Municipal e da destinação responsável dos recursos. “Atualmente, o projeto de esportes e os serviços de saúde são 100% financiados pelo FunCriança, recurso que captamos anualmente. Se não tivermos esse financiamento, com certeza teremos de cancelar o projeto de esporte e reduzir os atendimentos em saúde. Por isso, faço um apelo: que possamos articular campanhas sérias de destinação do Imposto de Renda e, acima de tudo, ter respeito por esse dinheiro, que é da população de Novo Hamburgo e destinado a fins específicos dessas instituições.”

 

Manifestação dos Vereadores

Autora do convite, Deza Guerreiro ressaltou que o objetivo foi compartilhar com a comunidade o trabalho exemplar desenvolvido pela instituição. “Uma forma de valorizar o esforço incansável da equipe da Apae e também dar voz a uma causa tão nobre, que merece um olhar atento e o apoio de todos nós.”

Felipe Kuhn Braun (PSDB) enalteceu a atuação da Apae, que estimula o melhor de cada pessoa. Ele destacou o quanto esse trabalho transforma não apenas a vida dos assistidos e familiares, mas também de toda a sociedade.

Eliton Ávila (Podemos) frisou a luta de Spengler pelos direitos das crianças e adolescentes. Também defendeu que a Câmara se posicione em relação ao FunCriança, garantindo que os recursos sejam aplicados corretamente.

Joelson de Araújo (Republicanos) questionou o que seria da cidade sem a existência da Apae e lembrou uma emenda destinada quando ainda era assessor parlamentar, que permitiu à instituição adquirir uma van.

Ricardo Ritter – Ica (MDB) perguntou se a unidade hamburguense atende pessoas de outros municípios. Spengler explicou que quase todas as cidades da região possuem Apae, mas que a instituição acolhe casos em que outras unidades não conseguem realizar o atendimento.

Professora Luciana Martins (PT) parabenizou a colega Deza Guerreiro pelo convite e destacou o papel fundamental da Apae na educação, lembrando que a entidade sempre foi parceira da rede municipal, disponibilizando sua clínica e profissionais aos estudantes. A vereadora também defendeu que a Apae tenha financiamento garantido no orçamento municipal.

Daia Hanich (MDB) relatou já ter participado de diversos eventos da Apae e parabenizou os voluntários pelo trabalho desenvolvido, além de mencionar uma emenda articulada por seu mandato.

Enio Brizola (PT) ressaltou a importância das oficinas promovidas pela Apae, que contribuem tanto para a inclusão quanto para a geração de renda. Ele mencionou ainda uma emenda de R$ 150 mil destinada recentemente pela bancada do Partido dos Trabalhadores.

Ao final da fala, os vereadores receberam uma lembrança confeccionada nas oficinas de artesanato da Apae de Novo Hamburgo.