Seminário de Desenvolvimento Econômico: oficina trata de tecnologia e processos de cervejas artesanais

por Tatiane Souza última modificação 18/11/2019 14h45
13/11/2019 – O aquecido mercado da cerveja artesanal foi tema de oficina ministrada pela engenheira química e professora da Uergs Cristiane Cassales Pibernat. A atividade, realizada na CDL, integrou o 2º Seminário de Desenvolvimento Econômico de Novo Hamburgo, promovido pela Escola do Legislativo e Comissão de Competitividade e Finanças da Câmara, com apoio de outras 13 entidades.
Seminário de Desenvolvimento Econômico: oficina trata de tecnologia e processos de cervejas artesanais

Fotos: Daniele Souza/CMNH

Com o título Bioprocessos e biotecnologia na região: as cervejarias artesanais aquecem o mercado e o turismo, a técnica iniciou sua fala perpassando pela história da biotecnologia e apresentando exemplos da utilização, como na produção de ácido cítrico, penicilina e vitamina C (ácido ascórbico), entre outros. Ela explicou que, no dia a dia, a técnica é utilizada nos processos de purificação da água, decomposição de resíduos, novos medicamentos, alimentos para dietas de restrição, processados por meio de enzimas, e na criação de alimentos transgênicos. “No bioprocesso, o profissional tem a função de desenvolver os produtos e, posteriormente, de aumentar a escala para atender a população.”

Em relação ao mercado, apontou, o brasileiro é o terceiro do mundo, depois de China e Estados Unidos. Já o Rio Grande do Sul é o estado com maior número de fabricantes da bebida no Brasil, com 186 cervejarias registradas no Ministério da Agricultura. Em 2018, foi sancionada a Lei Estadual nº 15.098/2018, que cria a Região das Cervejarias Artesanais no RS. O caminho engloba 22 municípios, integrando aqueles que compõem a Rota Romântica. “Hoje, 479 municípios brasileiros têm fábricas de cerveja artesanal, sem contar as cervejarias ciganas (aquelas que locam espaço e equipamentos de outras fábricas para produzir). Mesmo assim, há uma estimativa de crescimento de 30% ao ano nesse mercado”, enfatizou.

Na sequência, a engenheira falou sobre o processo de produção e como as micro e pequenas cervejarias podem utilizar a academia para obter conhecimentos e ferramentas para qualificarem ainda mais seus produtos. Como exemplo, apresentou a pesquisa Influência da granulometria do malte na eficiência de produção do mosto cervejeiro, trabalho de conclusão apresentado por Tiago Schaumlöfel, acadêmico em Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia na universidade estadual. Citou também projeto do Sebrae-RS voltado à cadeia produtiva de alimentos e bebidas.

Ao final, ela instigou os participantes a pensarem como atender melhor seus clientes, como se relacionar com as demais empresas do segmento e também quais tecnologias poderiam usar em seus negócios. O diretor de Turismo de Novo Hamburgo, Deivid Schu, sugeriu utilizar o know-how das universidades também para a criação da Rota Cervejeira. Ele afirmou que o assunto voltou à pauta recentemente com a criação do Vale Germânico e que o Estado pretende reunir os representantes dos municípios para que o caminho da cerveja artesanal possa sair do papel, movimentando a economia e o turismo de toda a região.