Secretário traça panorama sobre situação da cultura em Novo Hamburgo

por Tatiane Souza última modificação 12/07/2019 17h42
10/07/2019 – Convidado pelo presidente da Câmara, Raul Cassel (MDB), o secretário municipal de Cultura, Ralfe Cardoso, participou da sessão plenária desta quarta-feira, 10 de julho, para apresentar as atividades desenvolvidas por sua pasta. O gestor destacou a reabertura da Casa das Artes, o andamento da reforma do Teatro Municipal Paschoal Carlos Magno e traçou um panorama da cena cultural de Novo Hamburgo.
Secretário traça panorama sobre situação da cultura em Novo Hamburgo

Crédito: Jaime Freitas/CMNH

Fechado desde dezembro de 2016, o Centro Municipal de Cultura, que engloba o teatro, ainda carece de adequações para a complementação do Projeto de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI). Em 2018, uma empresa foi contratada para a execução do serviço. O investimento de R$ 152.130,04 incluía também a reforma do palco do teatro municipal. 

Ralfe agradeceu o vereador Raul pelo convite para falar sobre os projetos culturais e as obras em andamento. Segundo o secretário, o Centro de Cultura está fechado desde dezembro de 2016 e é considerado o principal espaço público de teatro da cidade, com capacidade para cerca de 500 pessoas. Ele mostrou uma linha do tempo, desde 2012, quando é dado início ao projeto do PPCI – Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio, falando sobre todas as etapas do processo.

"O indicativo que nós temos para uma reabertura do Centro de Cultura é ainda neste ano, no segundo semestre. Esse é o diálogo de prioridade com o gabinete da Prefeita. É inadmissível para nós, entrarmos em um quarto ano sem teatro", garantiu o secretário.

Os vereadores aproveitaram o momento para fazer diversos questionamentos ao secretário em relação à Casa da Praça, Centro de Cultura, Casa das Artes, Lar da Menina, Biblioteca Municipal e Casa da Lomba.

Casa da Lomba

Em relação à moção apresentada pelo vereador Enio Brizola pedindo a reabertura da Casa da Lomba, Ralfe ressaltou que todos os elogios ao local e à comunidade são merecidos e apontou a integração do grupo. “É uma referência para as pessoas daquela região da cidade”, disse. Sobre a administração do local, revelou que iniciaram um diálogo para a transição da Secretaria de Educação para a Secretaria de Cultura ou a atuação de maneira conjunta, sendo que a Secretaria de Desenvolvimento Econômico também integra o processo.

“Quando fizemos uma visita ao local, nós nos deparamos com uma situação degradada da casa. Pedimos uma vistoria para ver qual parte do imóvel seria mais adequada para o uso, para que fizéssemos um cronograma de ação para colocar o prédio em dia. E os técnicos apontaram pela interdição do espaço. Havia um projeto de restauro produzido por uma servidora, mas que ainda era insuficiente. Há uns 20 ou 30 dias, a servidora encaminhou o projeto para a Secretaria de Obras, que está em fase de orçamentação. Não há recursos imediatos para fazer esse investimento. Buscaremos algo por meio da lei estadual de incentivo à cultura para o financiamento da obra”, revelou o secretário.

Lar da Menina

Em relação ao Lar da Menina, o secretário contou que a obra foi retomada dentro do cronograma estabelecido e deve ser entregue até o mês de outubro, mesmo com todo o desgaste e prejuízo causado pela interrupção. “Uma das ações iniciais em relação ao Lar da Menina seria a transferência da sede administrativa da Secretaria de Cultura para Hamburgo Velho, em um movimento não só simbólico, mas também prático e objetivo, reforçando a ideia do nosso patrimônio cultural e da mobilização sobre o que queremos para aquele local da cidade”, frisou.

Casa das Artes 

Implementada no antigo prédio da Semec II, a Casa das Artes foi inaugurada no final de 2018. Em frente ao Paradão da avenida Primeiro de Março, o espaço conta com auditório multiúso para aproximadamente 130 espectadores, ambiente de 170 metros quadrados destinado a exposições, sala de reuniões e cafeteria. Segundo o secretário, contudo, ainda é preciso aprender mais sobre a potência desse equipamento cultural. “A frequência da comunidade ao espaço será maior assim que as obras do Centro forem entregues. Ele já vem apresentando à comunidade não só teatro, música, cinema, mas também debates como o 1º Fórum de Arte e Cultura da Periferia e Área Rural no Centro da Cena, o qual ficamos muito contentes em sediar, porque percebemos que Novo Hamburgo se destaca em relação a políticas públicas culturais – isto dito pelo presidente do Conselho Estadual de Cultura e outros conselheiros, à medida que foram percebendo as atividades desenvolvidas aqui na cidade”, contou. 

Sobre a pinacoteca, Ralfe apontou que ela está sendo ocupada, hoje, por edital. “O calendário está fechado até o final do ano. O edital remunera com recursos públicos os artistas que expõem no espaço e, tão logo tenhamos finalizada a licitação para operação técnica de áudio e luz, tanto do Teatro quanto da Casa das Artes, também será aberta uma agenda pública para a inscrição para uso do auditório Kinho Nazário. Foi construído junto ao Conselho um regramento para esse lugar, que deve ser publicado nos próximos dias, na perspectiva de decreto, para que seja pública e transparente a forma do uso – não muda a regra conforme quem solicitar o espaço. A regra é a mesma para todos, muito nítida e explícita, e prevê cobrança e isenção de maneira clara, em várias faixas de valor”, esclareceu. 

Ralfe acredita que a Casa das Artes vai se transformar, na mão da comunidade, em um espaço extremamente democrático e um movimento ímpar no Rio Grande do Sul. Localizado em frente ao Paradão, o secretário acredita que será um ambiente popular e não elitizado. Ele relatou que atividades gratuitas como mostras de cinema vêm mobilizando principalmente as escolas municipais e estaduais. Em relação à cafeteria existente no local, o gestor da pasta ressalta que agrega muito valor ao local, porque oportuniza a confraternização e torna o lugar mais vivo. 

Por fim, Ralfe destacou a dificuldade em termos de recursos humanos, principalmente quando a Casa das Artes estiver funcionando a pleno, de terça a domingo, nos três turnos. “Isso requer um quadro e uma atenção importante”, mencionou. Ele destacou novos cargos propostos em projeto de lei da Prefeitura para suprir demandas como técnico de operação de áudio e vídeo para, por exemplo, o cinema das comunidades e o cine escadaria, outros projetos da secretaria. “Em uma ação quase inédita, uma cidade se preocupar com audiodescrição na sua política pública de cultura é muito importante. Então nós temos a criação de cargos para a audiodescrição e também para a tradução em Libras – concursados que terão essa atribuição no poder público e que poderá ser levado para as atividades da cultura e, possivelmente, para toda a Administração. Será um tipo de serviço inclusivo do qual Novo Hamburgo poderá se orgulhar”, apontou.

Biblioteca 

Ralfe destacou o trabalho desenvolvido pela servidora Maria Denise Konarzewski, responsável pela biblioteca Machado de Assis, e o diálogo estabelecido com os demais funcionários. “Quando chegamos na secretaria, em 2017, nas primeiras visitas ao espaço, percebemos que chovia muito. Providenciamos uma reforma que desse conta disso ao mesmo tempo em que uma série de outros reparos fossem viabilizados. E também a compra de um novo software que facilitasse o acesso da comunidade ao acervo”, contou. O secretário informou que o acervo foi ampliado com a aquisição de novos livros. Ele contou que a ideia será também ofertar os exemplares para a comunidade também em outros espaços públicos. “A transformação poderia ser maior, mas no momento é digna aos seus servidores enquanto ambiente de trabalho”, disse. Ralfe finalizou destacando a transferência do Arquivo Público Municipal para o anexo da biblioteca. “Ele passa a ter mais autonomia a partir da sua própria casa, além da valorização do trabalho feito pelos profissionais da área”, revelou.

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