Secretário de Cultura divulga Virada Cultural e explica contratação de show nacional para o evento

por Luís Francisco Caselani última modificação 05/11/2019 00h54
04/11/2019 – Chamado a falar pelo vereador Sergio Hanich (MDB), o secretário municipal de Cultura, Ralfe Cardoso, subiu à tribuna durante a sessão desta segunda-feira, 4, para convidar a comunidade para acompanhar a primeira Virada Cultural de Novo Hamburgo. O evento será realizado ao longo do próximo final de semana, dias 9 e 10, no Centro da cidade. Cardoso também aproveitou o espaço para responder a críticas recebidas por meio das redes sociais quanto à contratação do show do músico Nando Reis. A atração, programada para encerrar as atividades no domingo, teve valor empenhado em R$ 120.627,03.
Secretário de Cultura divulga Virada Cultural e explica contratação de show nacional para o evento

Crédito: Maíra Kiefer/CMNH

O secretário defendeu que a realização da Virada Cultural (confira a programação completa) é proporcionar ao município a retomada de um calendário de grandes eventos artísticos e de uma posição de protagonista na região. “Ao mesmo tempo, coloca à disposição da nossa comunidade uma atividade não só festiva, mas de um consumo importante de um cenário cultural majoritariamente desenvolvido e promovido por artistas locais”, pontuou. Ralfe destacou que 33 das 41 atrações que compõem a Virada Cultural são realizadas por pessoas ligadas à cidade.

Sobre o show de Nando Reis, o gestor salientou o impacto positivo para Novo Hamburgo, em relação à circulação de pessoas e recursos, após dois anos em que o Centro tornou-se um grande canteiro de obras. “Nesse período, essas intervenções geraram dificuldades, seja em relação ao nosso conforto de transporte e trânsito, à economia dos lojistas ou mesmo às pessoas virem para cá consumir, confraternizar ou buscar entretenimento. Agora, Novo Hamburgo volta a figurar entre os municípios mais importantes do Estado no que se refere à lógica de eventos. Estamos falando do posicionamento de uma cidade”, reiterou.

O secretário ainda resgatou os avanços conquistados nos últimos anos, buscando estabelecer uma política cultural. Além de atividades de formação e capacitação para agentes artísticos locais, a pasta também se empenhou na obtenção de recursos. “Não há forma de mudar a sociedade se não falarmos em investimentos pesados na cultura, mesmo no desenvolvimento de artistas já consolidados, apostando na carreira deles. Estamos buscando profissionalizar o ambiente cultural da cidade. Desde o princípio, a busca por recursos é incansável. Já conseguimos mais de R$ 10 milhões em projetos para serem executados aqui”, informou.

Ralfe ainda fez questão de ressaltar que a Secretaria de Cultura trabalha com menos de 1% do orçamento do Município. Ele também apontou que essa destinação é aprovada pela Câmara quando da votação da Lei Orçamentária Anual. “Estamos fazendo gestão dentro do que vocês autorizaram. Fico à disposição inteiramente para detalhar mais o orçamento. Estamos colocando Novo Hamburgo de novo no mapa, de onde nunca deveria ter saído. É um novo ativo cultural da cidade. É algo que, com o tempo, pode trazer recurso, como outros municípios já fizeram há 40 anos. Não podemos esquecer que, das economias, a que mais cresce, sempre associada à atividade cultural, é o turismo. Teremos um dos maiores eventos dos últimos anos no Centro da cidade. É impossível isso fazer mal a alguém”, completou.

Inspetor Luz (MDB) lembrou que os vereadores votam o orçamento como um todo. “Não tem como aprová-lo partilhadamente. Aprovamos, sim, para este ano, mas isso não significa que tenhamos que concordar com o que posteriormente entendermos não ser necessário. Isso não quer dizer também que sua ação não seja meritória. O que se questiona são alguns valores”, explicou o parlamentar.

Patricia Beck (PP) lamentou que a participação dos vereadores na construção orçamentária seja diminuída pelos vetos a emendas. “Votamos o orçamento de maneira global, mas às vezes sem a transparência necessária para sabermos onde o dinheiro está sendo aplicado. A prioridade da população hoje não é um show de R$ 120 mil, mas uma saúde digna que atenda o básico, e isso não vem ocorrendo. As redes sociais fizeram as pessoas compreenderem que têm vez e voz. Antes de dizer que nós, vereadores, temos participação no show, aceitem que vocês fizeram uma escolha. As pessoas não se revoltaram contra a Virada Cultural. A cultura é importante, mas quando o básico é fornecido à população”, diagnosticou Patricia.

Enio Brizola (PT) lembrou que a Secretaria de Educação tentou trazer uma apresentação para dar início ao ano letivo, mas recuou após se sensibilizar com a reação geral da cidade. “Atribuir a nós essa decisão é uma colocação que considero infeliz. Nunca fomos chamados para uma reunião para discutirmos o show do Nando Reis. A secretaria não veio à Comissão de Educação e Cultura. Quando as redes sociais cobram, não atribua a mim uma responsabilidade que é exclusivamente do secretário e de sua equipe”, asseverou.

Ralfe Cardoso disse acolher as críticas dos parlamentares. “O que se busca efetivamente é construir uma cidade diferente. Novo Hamburgo pode ser o que quiser, retomando um diálogo que tem que ser universal”, concluiu.

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