RGE apresenta investimentos em Novo Hamburgo e explica manejo da vegetação

por Luís Francisco Caselani última modificação 03/12/2019 01h28
02/12/2019 – Atendendo a requerimento verbal, oficializado em nome da Comissão de Meio Ambiente (Comam), a consultora de negócios da RGE Elisandra Castro utilizou a tribuna durante a sessão da Câmara nesta segunda-feira, 2, para explicar sobre o funcionamento do calendário de podas e recolhimento dos resíduos decorrentes em Novo Hamburgo. A representante da distribuidora de energia apresentou ainda uma série de investimentos feitos pela empresa no Município.
RGE apresenta investimentos em Novo Hamburgo e explica manejo da vegetação

Foto: Tatiane Lopes/CMNH

Elisandra iniciou sua fala contextualizando a abrangência da RGE, que atua em 381 cidades gaúchas e atende quase 3 milhões de clientes. “Trabalhamos com praticamente dois terços do estado. Temos todo um planejamento estruturado para atender às demandas e também a expansão das nossas redes de energia”, revelou. Conforme a consultora, a RGE tem uma média de investimento de R$ 800 milhões nos últimos três anos. Apenas nos três primeiros trimestres de 2019, Novo Hamburgo foi contemplado com quase R$ 8 milhões em melhorias.

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Um exemplo de investimento citado por Elisandra é a substituição de postes de madeiras por outros de concreto. Este ano, já foram mais de 1,2 mil trocas, elevando o percentual de postes de concreto na cidade para 72%. A empresa também injetou recursos no Hospital Municipal, com a aplicação de R$ 516 mil em melhorias na eficiência energética do prédio público. Além da instalação de sistema fotovoltaico, foram trocadas mais de 2 mil lâmpadas. “Pretendemos que os prédios públicos se tornem mais sustentáveis e consigam investir esses recursos em outras prioridades”, afirmou.

Poda de árvores

De acordo com levantamento da RGE, dois terços das ocorrências de falta de energia em Novo Hamburgo se devem ao contato de vegetais à rede de energia elétrica. Essa situação demanda um trabalho constante de poda de árvores por toda a cidade e leva a empresa a incentivar a comunidade a ter um maior cuidado na escolha das espécies plantadas, bem como no local escolhido. Responsável pela coordenação da operação, Rodrigo Scheffer explicou que a distribuidora conta com seis equipes em tempo integral para a realização das podas de afastamento da rede elétrica. “No intuito de melhorar nossa qualidade de fornecimento, estamos também com alguns planos de ação no final de ano, nos principais meses de temporais”, informou o coordenador, que relatou ainda a existência de equipes formadas para atendimentos emergenciais.

Presidente da Comam – também composta pelo relator Sergio Hanich (MDB) e o secretário Cristiano Coller (Rede) –, Enio Brizola (PT) lembrou que a principal demanda recebida pelos parlamentares é sobre o recolhimento dos resíduos decorrentes das podas e questionou o estabelecimento de casos prioritários. Scheffer explicou que as equipes trabalham por zoneamento. Brizola sugeriu que fosse pensada a eleição de prioridades. “Às vezes essas deposições em calçadas também oferecem riscos”, argumentou o vereador.

Também em resposta ao presidente da comissão, Scheffer contou que a RGE trabalha com um caminhão de recolha, que destina os resíduos a uma empresa contratada, mas sem o triturador acoplado, como ocorria antigamente. “Viemos intensificando os recolhimentos também nos finais de semana. Esperamos regularizar tudo até o final do ano”, informou. Sergio Hanich acrescentou que o volume de galhos acumulados em cima das calçadas causa grande dificuldade aos cidadãos. “Temos também a questão de cadeirantes, que precisam desviar para a via para transitar”, lembrou Serjão.

Patricia Beck (PP) disse entender a necessidade das podas para o bom serviço da distribuidora de energia, mas reforçou que a preocupação da comunidade também é com o entupimento de bocas de lobo. A vereadora mencionou ainda a realização de podas em forma de V e questionou a razão de o trabalho não ser mais abrangente. Coordenador de Meio Ambiente da RGE, Guilherme Donato explicou que o padrão adotado é o do livramento mínimo, embasado em Normas Brasileiras (NBR) do setor elétrico. “A RGE também busca parceria com os municípios para que tenhamos um ordenamento melhor da arborização. Assim colocaríamos um pouco mais de inteligência no processo. Assim poderíamos trabalhar com podas preventivas, não apenas as emergenciais”, sinalizou Donato.

Elisandra sugeriu a existência de um trabalho de supressão de árvores em locais inadequados, que demandam podas trimestrais, e que possam ser replantadas em outras áreas. “Podemos buscar outras alternativas”, afirmou. Enio Brizola lembrou que, durante audiência pública realizada pela Câmara em agosto, havia sido mencionada a criação de um projeto para uma arborização mais segura, em debate que seria avançado pela empresa em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente. Donato revelou que já foi encaminhada minuta à Prefeitura e que as partes agora negociam medidas para a formalização do termo. “Estamos buscando alinhamento”, confirmou.

O vereador Vladi Lourenço (PP) ainda perguntou se existe a possibilidade de ampliar o número de equipes que executam o serviço de poda em Novo Hamburgo. Scheffer explicou que os indicadores favoráveis de ocorrências de falta de energia na cidade não justificam o aumento de pessoal. “No entanto, quando há situações mais adversas, muitas vezes recebemos equipes de fora para dar apoio”, tranquilizou. Antes de encerrar sua fala, Elisandra ainda garantiu que os investimentos na cidade seguirão os mesmos parâmetros para o próximo ano. “Queremos dar maior robustez à nossa rede de energia”, concluiu.