Coordenadores destacam que melhor orientação aos usuários aliviaria demandas da UPA e do PA

por Luís Francisco Caselani última modificação 17/08/2018 19h28
22/05/2018 – Os coordenadores da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Canudos e do Pronto Atendimento (PA) do Centro reuniram-se nesta segunda-feira, 21 de maio, com a Comissão de Saúde da Câmara para falar sobre os protocolos de atendimento adotados pelas instituições. Eles ressaltaram que as equipes contam com instruções detalhadas de acolhimento e salientaram a importância da orientação aos usuários sobre quais unidades procurar em cada situação.

Segundo o Ministério da Saúde, postos de pronto atendimento devem ser procurados em casos emergenciais ou de maior complexidade, enquanto que consultas sem maior gravidade ou condições crônicas são destinadas a Unidades Básicas de Saúde (UBS). O coordenador médico do PA, João Paulo Bedin, explicou que o conhecimento sobre essa distinção aliviaria a demanda da unidade. “Casos crônicos representam 30, 40% dos nossos atendimentos. Mas, se for um caso crônico, o que podemos fazer é aliviar a dor do paciente e encaminhar à UBS. Nunca deixamos de atendê-los, mas naturalmente eles esperarão mais do que pacientes que são urgentes”, relatou o cirurgião, que ainda apontou a dificuldade de convencer um paciente que entrou no PA a se dirigir a uma UBS.

A coordenadora de enfermagem da UPA, Miriam Lehmann, endossou a ideia da importância da busca pela rede básica. “Nós descentralizamos o SUS, mas as pessoas têm dificuldade em compreender que o atendimento começa nas unidades básicas, não aqui. Nós, UPA e PA, estamos no meio desse sistema, que tem sua hierarquia. Mas tem uma questão cultural ainda muito arraigada”, comentou.

Demora no atendimento

Os integrantes da comissão levantaram questões sobre tempos excessivos de espera para atendimento nessas unidades. O secretário Vladi Lourenço (PP) perguntou como funciona a escala diária de profissionais. “Nós temos sempre três clínicos e dois pediatras, a mesma escala que o PA mantém. Não é muito fácil compor essas escalas, mas o nosso tempo-resposta é pequeno. Os pacientes não ficam esperando, buscamos isso nos relatórios. O tempo-resposta para os níveis amarelo (urgência) e vermelho (emergência) é pequeno, já entra de imediato. O amarelo poderia esperar até 30 minutos, mas não espera, nós já atendemos”, garantiu Miriam.

IMG_6304.jpgBedin complementou que muitas reclamações não se referem ao atendimento em si. “Há pacientes que dizem estar há quatro horas esperando, mas ele fez a ficha, foi triado, atendido, medicado e fez a coleta de um exame. O que acontece? O exame está demorando para vir e ele diz que está esperando há quatro horas. Mas ele já fez o atendimento, só está esperando um exame e a reavaliação. Mas ele considera estar lá esperando sem atendimento”, alegou. O coordenador de enfermagem do PA, José Jardim, afirmou que a alta procura também influencia na demora. "Nas segundas-feiras, só na parte da manhã, temos 130 atendimentos, metade da nossa média diária. E tentamos sempre priorizar as fichas vermelhas e amarelas”, salientou.

A relatora da comissão, Patricia Beck (PPS), enfatizou que falta uma campanha maior de conscientização. “Nunca se compreendeu perfeitamente a história do acolhimento e nunca se explicou para as pessoas que o acolhimento às vezes é mais importante que passar pelo médico, porque ele pode te dar todo o caminho. Mas ninguém mostra a importância disso para a população”, afirmou. A vereadora perguntou ainda se as unidades contam com planos operacionais bem definidos. “Todo funcionário é ciente de tudo o que tem que fazer? Isso é repassado rotineiramente, são feitos treinamentos sobre essa questão da organização dos serviços?”, indagou.

Sim, tivemos recentemente os planos operacionais da parte do atendimento atualizados. Sempre procuramos passar isso para organizar melhor os trabalhos”, respondeu Miriam. Bedin acrescentou que os profissionais costumam sempre orientar que, após a triagem, os pacientes são classificados e chamados conforme classificação de risco. “Precisamos justamente de uma atenção para a comunicação com as pessoas, porque o que é óbvio para nós não é óbvio para eles. Isso tem que ser uma constante para todos os servidores”, incentivou Patricia.

O presidente da Comissão de Saúde, Enfermeiro Vilmar (PDT) pediu maior atenção e fiscalização para a execução da triagem, etapa que considera fundamentalIMG_6251.jpg para o bom atendimento ao paciente. Os coordenadores ressaltaram que, além de todos os cidadãos passarem pela avaliação inicial, novas triagens são realizadas a cada duas horas.

O que são as comissões?

A Câmara conta com oito comissões permanentes, cada uma composta por três vereadores. Essas comissões analisam as proposições que tramitam pelo Legislativo. Também promovem estudos, pesquisas e investigações sobre temas de interesse público. A Lei Orgânica Municipal assegura aos representantes de entidades da sociedade civil o direito de participar das reuniões das comissões da Casa, podendo questionar seus integrantes. A Comissão de Saúde se reúne às segundas-feiras, a partir das 16h30, na sala Sandra Hack, no quarto andar do Palácio 5 de Abril.

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