Chefe de Gabinete da Prefeita presta esclarecimentos sobre a atuação de sua pasta

por Luís Francisco Caselani última modificação 26/07/2017 21h50
26/07/2017 – O chefe de Gabinete da Prefeita, Raizer Ferreira, compareceu à sessão ordinária desta quarta-feira, 26 de julho, para elucidar o alcance de suas atribuições como titular da pasta. A convocação foi realizada por meio do Requerimento nº 837/2017, assinado pelos vereadores Gabriel Chassot (Rede), Professor Issur Koch (PP), Enio Brizola e Nor Boeno (ambos do PT), Gerson Peteffi, Inspetor Luz, Raul Cassel e Sergio Hanich (todos do PMDB).

Ferreira apresentou as ações realizadas pelo gabinete da prefeita Fátima Daudt e elencou as subdivisões de sua secretaria. “Pegamos, por exemplo, uma Defesa Civil toda desestruturada, e hoje temos condições muito diferentes. Todas as ações estão baseadas em plena transparência. Queremos atender a todos da melhor forma possível. Sou cobrado de uma interlocução maior com a Câmara, o que acho essencial. Gostaria que a pessoa fosse eu. Estou tirando a agenda das noites de segunda-feira e da tarde de quarta-feira para que eu possa intermediar essa relação entre Executivo e Legislativo. Caso eu não apresente um nome em que confio, estarei aqui”, garantiu. Hanich agradeceu a presença do secretário. “Foi muito importante ter esse conhecimento das atribuições que cabem ao senhor. Por isso foi essencial sua presença aqui”, pontuou.

Direitos de resposta

A presença de Ferreira também foi pautada por acusações levantadas pelo líder comunitário Pedrinho Oliveira durante a sessão do dia 12 de julho, de rompimento de acordo que reverteria verbas de publicidade da Comusa em veículos de comunicação para a realização de eventos do Projeto Talentos Show Integrados, mantido por sua entidade. “Esse assunto me surpreendeu, porque tem muita coisa fora de contexto. Pedrinho levantou que a publicidade da Comusa é direcionada e distribuída pelo gabinete da prefeita, mas a Comusa, como qualquer outra autarquia, tem autonomia. Ele alega ainda que autorizei verba de R$ 5 mil mensais para colaborar com ele, mas não tenho ingerência para fazer esse tipo de negociação. Foi recomendado que ele apresentasse seus projetos e os encaminhasse legalmente para estudarmos parcerias. Há duas semanas, recebemos do Pedrinho um documento colocando algumas exigências. Ali encerramos o assunto”, relatou Ferreira, que distribuiu cópias do documento aos vereadores.

O secretário destacou ainda que o fato de a Prefeitura ter liberado espaços públicos para a realização de eventos, como faz para outras entidades, não configura nenhum tipo de acordo acessório. “Todas as liberações de espaços públicos são assinadas por mim. Porque liberei o uso de espaço não significa que tenho algum acordo com ele”, explicou. Para o vereador Issur Koch, esse assunto não tinha necessidade de ser debatido na tribuna. "Como foi exposto publicamente, foi importante que tu viesses responder publicamente”, salientou.

Cassel agradeceu a presença do secretário para elucidar um caso que entende como de extrema gravidade. “O senhor veio por causa de uma acusação de uso de verba de publicidade para que veículos de comunicação passassem parte do valor recebido pela Prefeitura para o projeto de Pedrinho. Acho extremamente grave essa situação”, disse.

Hanich lamentou o excesso de situações que a Câmara vem resolvendo e que não deveriam ser debatidas em plenário. “O Pedrinho nos trouxe uma situação; o senhor nos trouxe outra. Não podemos ficar só com um lado. Precisávamos ouvir as duas partes. Precisamos intermediar muitas situações sem necessidade. Isso influencia o nosso trabalho de legislar e fiscalizar”, comentou.

Brizola solicitou direito de resposta a Oliveira, acatado por sete dos 13 vereadores presentes. “A Câmara não poderia se furtar de convidar o senhor para fazer esse esclarecimento, uma vez que houve uma denúncia pública contra o senhor. Consideramos que, se feita uma denúncia pública, que haja consistência. Devemos convidar também o Pedrinho para que faça sua defesa”, pediu. Oliveira rebateu que os recursos que viriam da Comusa não seriam endereçados a ele. “Essa verba era para custear quatro eventos”, comunicou.